[ad_1]
O protocolo Terra (LUNA) evaporou em poucos dias, levando consigo os rendimentos de incontáveis investidores por todo o planeta. Mas a criptomoeda está de volta na sua versão 2.0, após um reset em toda rede (blockchain).
Os velhos tempos agora são uma memória das saudosas carteiras que ainda guardam Terra Classic (LUNC), o novo nome da extinta Terra (LUNA) que chegou a valer US$ 119 e agora não vale centavos de dólar.
Sem muita criatividade, a nova criptomoeda Terra (LUNA) herda o mesmo nome da sua extinta conterrânea e foi lançada neste sábado (28) pelos mesmos criadores do protocolo anterior. Por volta das 09h30, a nova terra era negociada a US$ 6,05, com queda de 68,20%.
Os analistas não ficaram nem um pouco empolgados com o projeto. Sendo bem sincero, quando perguntei às fontes o que esperar da nova Terra, as respostas foram mais ou menos as mesmas: “não acompanho mais o projeto”, “não vale a pena” ou um simples e sonoro “não”.
O protocolo da nova Terra praticamente é uma cópia da antiga blockchain — que deu errado, vale frisar — e não resolve um problema do universo digital como outros projetos. Isso significa que essa moeda não tem valor explícito.
Entenda aqui os motivos que levaram os analistas a abandonarem o barco da Terra 2.0:
Terra 2.0: nada novo sob o sol
Mas se a nova Terra (LUNA) for um projeto igual à criptomoeda promissora do início do ano, isso não significa que uma cópia teria tanto potencial quanto a anterior? A resposta é não.
A Terra era um projeto que pretendia substituir as stablecoins, sendo uma fonte de pagamento mais eficiente do que essas moedas estáveis. Mas a rede da LUNA acabou se desviando desse objetivo e buscou criar outros protocolos internos — entre eles, a também extinta stablecoin algorítmica TerraUSD (UST).
Além disso, a blockchain perdeu credibilidade do mercado e esse deve ser o fato que mais pesa para a criptomoeda conseguir ganhar tração.
Uma rede sem informações
Somado a tudo isso, as explicações dadas pelos desenvolvedores para criar uma nova rede não convencem. É dito que o número de criadores dentro da blockchain Terra “é grande”, mas não é dita a quantidade e nem os tipos de projetos desenvolvidos na rede.
De maneira pouco específica, é dito que a rede abriga “uma vasta comunidade de desenvolvedores e criadores de DApps”, palavra derivada de Decentralized Applications — ou simplesmente, aplicativos descentralizados.
Alternativas melhores
Mas os investidores têm um vasto leque de opções em blockchains que desenvolvem DApps, entre eles Solana (SOL), Polkadot (DOT), Cardano (ADA) e o próprio Ethereum (ETH). O éter em especial, é uma criptomoeda mais sólida, testada e com potencial de crescimento muito maior do que as demais e é a queridinha dos analistas.
“Lançar uma criptomoeda é fácil. Mas essa é uma blockchain robusta? Segura? Escalável? Essas são as perguntas que os investidores precisam fazer e a resposta é não”, comenta José Artur, CEO da Coinext. Entretanto, nem tudo está perdido — ainda.
O airdrop da Terra
Como uma forma de tentar aumentar o engajamento da rede, os desenvolvedores propuseram um airdrop de Terra. Esse é um mecanismo de doação que deposita novas criptomoedas na carteira dos investidores em Terra Classic.
Se você recebeu a nova Terra na sua wallet, a dica é esperar os próximos passos e anúncios dos desenvolvedores. Eventualmente, a rede pode propor mudanças que gerem algum valor para a criptomoeda — mas isso é apenas especulação.
Agora, se pretende comprar em alguma das exchanges na qual a LUNA será listada, a dica é esperar. O projeto não tem um direcionamento claro e existem problemas de gestão herdados do antigo protocolo, como é o caso do problemático desenvolvedor Do Kwon.
Listagem em exchanges
Algumas das grandes corretoras de criptomoedas, como Binance, Huobi Global e uma dezena de outras exchanges anunciaram que pretendem dar suporte para os clientes negociarem a nova Terra.
Porém, vale lembrar que as exchanges se beneficiam de um grande volume de negociação, listando também criptomoedas meme, como Dogecoin (DOGE) e Shiba Inu (SHIB), devido a quantidade de clientes interessados nessas moedas.
Por isso, esse critério pode não ser considerado o melhor para avaliar a qualidade de um ativo.
Considerações antes de embarcar na Terra
Ainda assim, existem chances da Terra 2.0 disparar no curto prazo e manter algum valor de mercado significativo por um certo período, como lembra Raymond Nasser, CEO da Arthur Mining e especialista em criptomoedas.
“Os investidores têm memória curta e podem colocar dinheiro em projetos sem conhecer, o que sustenta esses protocolos no médio e longo prazo”, comenta ele.
Também existe uma curiosidade natural dos investidores em novos projetos. Lançamentos costumam movimentar grandes volumes e chamar a atenção dos usuários, o que pode fazer a criptomoeda disparar na estreia.
E outro aviso importante
Porém, vale lembrar que valorizações descomunais também podem gerar quedas desproporcionais — e levar seu dinheiro investido para o buraco. Por isso, vale lembrar que o investimento em criptomoedas é altamente arriscado, justamente por ser um mercado volátil.
Os especialistas recomendam uma parcela de no máximo 5% do seu portfólio em criptomoedas e ativos digitais.
*Colaboraram com esta matéria Andre Franco, analista de research do Mercado Bitcoin, e Vinícius Bazan, analista de criptomoedas da Empiricus.