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Lyn Alden não foi a única analista a prever o colapso do ecossistema Terra (LUNA) em função de seu modelo econômico insustentável. Ao mencionar o caso novamente em um thread no Twitter, ela alertou seus mais de 400.000 seguidores de que a maioria das altcoins hoje no mercado são construídas com base em premissas falhas e estão condenadas ao fracasso.
Muito embora casos como o do Terra, que assistiu a capitalização de mercado combinada de US$ 40 bilhões do LUNA e do TerraUSD (UST) ser pulverizada em menos de uma semana, sejam raros, altcoins que hoje estão entre as “queridinhas” dos investidores podem – e devem – acabar tendo o mesmo destino, escreveu Alden.
If you make a business selling $20 bills for $10 each, your revenue growth will be massive and your total addressable market will be nearly infinite.
But of course it’s unsustainable.
Many altcoin projects and persistently unprofitable growth stocks, are basically that.
— Lyn Alden (@LynAldenContact) May 22, 2022
Se você abrir um negócio vendendo notas de US$ 20 por US$ 10 cada uma, o crescimento da sua receita receita será enorme e seu mercado total endereçável será quase infinito.
Mas é claro que é insustentável.
Muitos projetos de altcoins e de ações de crescimento persistentemente não lucrativas são basicamente isso.
— Lyn Alden (@LynAldenContact)
Na continuação, a especialista em macroeconomia acrescenta que, quando as empresas tentam administrar sua margem de lucro aumentando os preços, a estratégia tem uma única chance de se tornar bem sucedida: o produto vendido tem que ser valorizado pelo mercado. De outra forma, mais cedo ou mais tarde o modelo está fadado a dar errado.
This was the idea with TerraUSD as well. It’s like, “let’s offer people unsustainable high yields to draw them in, and maybe after enough time and scale, somehow people will want to use this structurally unstable thing to actually pay for real things with.”
But no.
— Lyn Alden (@LynAldenContact) May 22, 2022
A ideia desses modelos de negócios geralmente é que, após a fase inicial de queima de caixa para sustentar o crescimento, eles possam aumentar os preços.
E isso às vezes funciona, mas apenas se o produto final for realmente desejável por si só, e não porque é extremamente subvalorizado.
Essa foi a ideia do TerraUSD também. Algo como, “vamos oferecer às pessoas altos rendimentos insustentáveis para atraí-los, e talvez depois de um determinado período de tempo teremos escala suficiente, e então, de alguma forma, as pessoas vão querer usar essa coisa estruturalmente instável para usá-la como meio de pagamento para adquirir coisas reais.
Mas não.
— Lyn Alden (@LynAldenContact)
Em uma análise compartilhada com os assinantes de seu boletim mensal em 3 de abril, Alden emitiu um alerta sobre os riscos de desvalorização do LUNA, que por sua vez poderia provocar a desindexação da stablecoin algorítmica TerraUSD (UST), provocando o colapso do ecossistema em um efeito cascata.
Segundo ela, a demanda crescente por UST foi impulsionada artificialmente pelos rendimentos fixos em torno de 20% oferecidos pelo Anchor Protocol (ANC) sobre depósitos da stablecoin.
A falha do modelo do Terra, segundo Alden, foi que o preço variável do LUNA não foi capaz de acompanhar a expansão da capitalização de mercado do UST, tornando o mecanismo de estabilização da paridade da stablecoin com o dólar cada vez mais frágil e suscetível ao colapso diante de uma tentativa massiva de resgate do UST, como de fato acabou ocorrendo:
“Se o preço do LUNA não acompanhar a expansão da capitalização de mercado do UST, então o UST pode se tornar cada vez menos “lastreado” pelo LUNA ao longo do tempo. Essa é uma tendência geral que vimos desde o final de 2021, quando a demanda do UST começou a decolar. Neste momento, ainda tem mais de 200% de apoio, mas este número está diminuindo rapidamente.”
A tentativa da Luna Foudantion Guard (LFG) de acumular reservas em Bitcoin (BTC) para garantir a estabilidade do UST mostrou-se falha, à medida que não estava diretamente atrelada à stablecoin, mas sim à LFG – ou seja, em uma tomada de decisão centralizada. Quando ficou claro que as reservas seriam utilizadas para tentar restabelecer a paridade do UST com o dólar, o colapso foi acelerado.
Tese de investimento
Alden enquadra-se no grupo de maximalistas do Bitcoin – aqueles que acreditam que a maior criptomoeda do mercado é um caso único e todo o resto do mercado de criptomoedas é composto por projetos fadados ao fracasso. Os motivos são diversos: além da insustentabilidade econômica, estão mais suscetíveis à regulação, são falhos em quesitos como escalabilidade e descentralização.
Em seu mais recente boletim aberto ao público, Alden explica porque ela defende que a relação de risco-retorno das altcoins não compensam para investidores com foco no longo prazo:
“Embora existam outras blockchains interessantes por aí, não há nenhuma que eu, particularmente, tenha achado ser viável enquanto investimento com base em uma relação risco/retorno decente. Os investidores devem ter bastante cautela ao especular sobre qualquer criptoativo, exceto o Bitcoin. Mesmo no caso do Bitcoin, os investidores devem manter posições apropriadas à sua tolerância aos riscos de rede e à volatilidade.”
Alden traça uma comparação fisiológica para defender a sua tese de investimento. O Bitcoin seria como os músculos de um corpo saudável, enquanto as altcoins tratam-se de gordura indesejável:
“Durante os ciclos de alta, o Bitcoin sobe de preço, mas enfrenta a diluição de sua capitalização entre milhares de novos projetos. É como adquirir músculos e gordura ao mesmo tempo como parte do ciclo de criação de massa corporal. Quando a liquidez está fluindo, qualquer pessoa com uma ideia pode obter financiamento e atrair investidores com narrativas promissoras. O capital externo flui para o Bitcoin inicialmente, mas depois começa a se distrair com esses novos projetos e começa a se diluir em todos esses outros objetos brilhantes.”
Em compensação, em ciclos de baixa como o que o mercado está atravessando agora, mesmo que o preço do Bitcoin também sofra com a desvalorização, muitas altcoins costumam ser destruídas pela perda de interesse e pela fuga dos investidores. Às vezes, para nunca mais voltar, alerta a estrategista:
“E então, durante os ciclos de baixa, a liquidez seca. O Bitcoin sofre um impacto no preço, mas as milhares de altcoins sofrem um impacto muito maior. A dívida excessiva é destruída, os pinos são quebrados, os esquemas Ponzi são desnudados e as redes fracas são destruídas. O crescimento muscular das criptomoedas estanca e até diminui um pouco, mas é importante que grandes faixas de gordura improdutiva sejam queimadas para que o próximo ciclo de crescimento possa começar de novo.”
O histórico do mercado de criptomoedas oferece sustentação à tese de Alden. Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente, apenas cinco criptoativos conseguiram se manter no top 10 do ranking de capitalização de mercado, de 2013 até hoje.
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