Após registrar queda de quase 60% no início do ano, os lançamentos de imóveis subiram mais de 50% no último trimestre em relação ao período anterior, segundo levantamento que a CBIC (associação da indústria da construção) vai divulgar nesta segunda (23).
Mas o setor segue preocupado com a oferta de imóveis.
“Continuamos vendendo mais do que lançamos, e o estoque está reduzindo demais”, diz o presidente da CBIC, José Carlos Martins. Ele descarta a possibilidade de faltar estoque, mas diz que o risco de ter poucos imóveis à disposição é grande.
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Pelos cálculos da entidade, se a média de vendas dos últimos 12 meses se mantivesse e nenhuma nova unidade fosse lançada, a oferta levaria oito meses para se esgotar.
No segundo trimestre, as vendas subiram 7% ante o período anterior.
A oferta final —formada pelas unidades que estão disponíveis para venda, em lançamento, construção ou prontas— caiu 2,3% na mesma base de comparação.
Os empresários do ramo imobiliário continuam reclamando do alto preço dos insumos, como o cimento e o aço, que afeta o setor há mais de um ano.
A pressão sobre os preços também preocupa porque pode afetar a capacidade de compra das pessoas, segundo Martins.
O levantamento mostra que o valor dos imóveis, descontado o INCC (Índice Nacional da Construção Civil), aumentou quase 8% nos últimos três meses.
Os lançamentos para a faixa de mercado de maior renda, capaz de absorver a pressão nos preços, seguem avançando. Mas a participação do programa Casa Verde e Amarela no total de imóveis lançados e vendidos caiu no segundo trimestre em relação ao primeiro.
No mês passado, a CBIC voltou a apostar no crescimento de 4% no PIB do setor para 2021 após baixar a projeção para 2,5% em abril.